05 - GARAPUÁ - ILHA DE TINHARÉ - CAIRU BA. ( PARTE 01)





OBS: Alguns nomes serão fictícios, pelo fato de não serem autorizados Para facilitar os pontos da trilha serão “criados” nomes para referenciar os lugares.




- Salvador, 14 de novembro de 2014. Sexta-feira.


# - Itaparica - BA x Valença - BA

A rota para visitar e explorar a vila de Garapuá foi planejado por Faaeel e Graziela, com o objetivo em conhecer os encantos que tanto ouviram falar de alguns amigos sobre a paisagem litorânea local. Na manhã da sexta-feira, por volta das 06:30, os dois saíram do município de Salvador / BA, em direção ao terminal marítimo de São Joaquim, uma das etapas de melhor acesso para chegar até a praia.

Entretanto, por conta do engarrafamento, Faaeel e Graziela chegaram as 07:30 no terminal marítimo, embarcando no Ferry Boat Maria Bethânia do horário das 08:20, chegando no terminal de Bom Despacho as 09:20.

O terminal de Bom despacho está localizado na Ilha de Itaparica, onde pertence a dois municípios: Vera Cruz – BA (maior território) e Itaparica – BA (mesmo nome da ilha). Quem sai de Salvador / BA, em direção ao Sul e extremo sul da Bahia, opta em sair pelo sistema Ferry boat, pelo fato de ser uma grande alternativa em chegar mais rápido a essas regiões, além de ser mais econômico (+/- 121 km). Por Salvador / BA, indo pela BR-324 e depois pela BR-101 ( +/- 254km), a viagem se torna mais longa, aumentando em torno de 2 a 3 horas o tempo da viagem. Enquanto pelo sistema Ferry boat e BA-001, pode se ganhar entre 2 a 3 horas no trajeto.

No terminal de Bom despacho, Faaeel e Graziela se direcionaram até o guinche da empresa Cidade Sol, que faz a linha para o município de Valença / BA. Cada um pagou o valor de R$ 18,93, referente a passagem. As 09:50, o ônibus seguiu até o município, principal referência para ter acesso as Ilhas que pertence ao município de Cairu / BA.

O ônibus segue pela BA-001, principal rodovia estadual da Bahia. O percurso é de 2 horas, porém esse trajeto ocorreu por quase 3 horas, devido ao “recapeamento” que estava ocorrendo-nos 29 km entre os municípios de Nazaré / BA e Valença / BA.

Chegando no município, a dupla pediu o motorista para soltar no cais, onde está localizado o porto da cidade. No local, Faaeel e Graziela já tinha informação que só existe uma lancha que segue direto para Garapuá, que sai no horário das 13:00. Na procura, eles conseguiram encontrar o condutor que faz a linha. No dialogo, o rapaz cobrou o valor de R$ 30,00 (por pessoa) para levar até a vila. Esse valor é um pouco elevado por conta de ser uma lancha rápida. Como era 12:55, Faaeel e Graziela aproveitaram para fazer um lanche.
As 13:30, com um pouco de atraso, a lancha seguiu em direção a Garapuá com 13 pessoas (incluindo a dupla).

Foto 01 – Rota entre os municípios de Salvador / BA x Valença / BA (Via Itaparica).
 Fonte: Google maps. Adaptado.

Foto 02 – Rota entre os municípios de Salvador / BA x Valença / BA (Via BR-101).
 Fonte: Google maps. Adaptado.

# - Vila de Garapuá.

No decorrer da viagem, a lancha rápida com os trezes passageiros teve um problema, bem próximo a Garapuá. Uma raiz das árvores que estão nas margens da rota se enroscou na hélice, obrigando ao condutor a parar. Nesse momento todos os indivíduos ficaram a deriva, esperando o concerto.

O dono do barco mergulhou no mangue para tirar a raiz da hélice. Esse procedimento durou em torno de 40 minutos. Os ocupantes da lancha não ficaram tensos, pelo fato do condutor mostrar tranquilidade e afirmar que não era um problema grave. Além do mais, existia um número suficiente de coletes salva vidas, que estava a disposição e fácil acesso para os passageiros. Após o conserto, a lancha seguiu e chegou em Garapuá em torno das 14:45.

Foto 03 – Mangue de acesso a Garapuá:  Cairu, Bahia, 2014.

No improvisado atracadouro, os passageiros (incluindo Faaeel e Graziela) desembarcaram e se direcionaram ao trator com o objeto de madeira compostos por vários acentos. Esse meio de transporte já está incluso na passagem e é o único acesso até a vila de Garapuá. Depois de acomodados, o trator seguiu em direção ao “centro”.

Foto 04 – Mangue de acesso a Garapuá: Cairu, Bahia, 2014.
A estrada de acesso a vila é caracterizado por um solo fofo, devido a grande quantidade de areia. As margens são cobertas por vegetação restinga. Os tratores são os veículos mais apropriados para o trajeto, carros 4x4 também podem se locomover na estrada. Entretanto, carros são proibidos nesse trecho da ilha, exceto para uma caminhonete adaptada que serve de “ambulância”  para da o apoio aos moradores e turistas.

O percurso demorou 20 minutos. Por volta das 15:05, Faaeel e Graziela desembarcaram na pacata Vila de Garapuá. No local, os dois foram a procura de um local de camping. No dialogo com alguns moradores, Faaeel e Graziela descobriram que existe apenas um camping na vila, que está de frente praia. Sendo assim, os dois se direcionaram através de informações dos moradores até chegar ao local de base.

Foto 05 – Vila. Garapuá: Cairu, Bahia, 2014.

Na praia, Faaeel e Graziela seguiram a direita, sobre uma pequena trilha ao meio da vegetação restinga. Após 100m de caminhada, aproximadamente, os dois observaram uma área gramada, com vários “chalés” de madeira. Ali é o único camping da vila chamado: 1° Camping Garapuá Beira-mar.

No local estava com muitos materiais de construção e dois homens trabalhando. Ao perguntarem aos rapazes sobre quanto é a diária e se o camping estava em funcionamento, os dois foram informados que não eram os donos. Em seguida apareceu um garoto para saber o que estava ocorrendo. No dialogo, Faaeel e Graziela foram informados que o camping pertence a uma mulher e que ela estava no momento e poderia esclarecer valores e se estava disponível para acampar. Em seguida aparece a dona do camping.

Se apresentando, Faaeel e Graziela argumentaram para a dona do camping (que aqui vai se chamar Vânia), se havia a possibilidade de acampar e quanto custa a diária. A resposta foi que a diária custa R$ 20,00 e que o camping estava em reforma. Além disso, a Sra. Vânia acrescentou que mesmo com o camping em obra, teria como os dois acampar. Entretanto, o valor irá permanecer por R$ 20,00.

Sem muita opção e bastante cansados, Faaeel e Graziela aceitaram acampar nesse dia, com perspectiva de encontrar outro lugar. Após o acerto, os dois montaram acampamento e foram tomar um banho. Para a decepção dos dois,o camping não tinha água e o banheiro estava todo sujo e com mau cheiro. Com esses problemas Faaeel e Graziela, mesmo cansados, resolveram da uma volta em Garapuá, a fim de conseguir acampar na casa de um morador local, ou até mesmo encontrar outro abrigo com um preço que eles possam pagar.

Foto 06 – Camping.  Garapuá: Cairu, Bahia, 2014.

# - Praia de Garapuá: “Ponta Norte”.

Na caminhada em direção a vila, a fim em comprar alimentos e aproveitar para encontrar outro lugar, Faaeel e Graziela resolveram observar a belíssima praia de Garapuá. Um local bem tranquilo e agradável, que estava vazio, com as poucas barracas de praia fechadas (3 ou 4 barracas). A praia deve possui, aproximadamente, 2 a 3 km de extensão, margeada por um aglomerado de coqueiros.  A pequena enseada é destaca por duas “pontas”, que Faaeel decidiu nomear de “ponta norte” e “ponta sul”, como referência na hora em produzir o relato e de referenciar as fotos. Sendo assim, os dois se direcionaram até a “ponta norte”, a fim de observar a belíssima paisagem daquele ponto.

Foto 07 – Faaeel. “Ponta Norte”. Praia de Garapuá: Cairu, Bahia, 2014.

Chegando ao local, Faaeel e Graziela observaram o belíssimo manguezal, que está a esquerda da praia, além de uma bonita canoa. A maré estava baixa, atraindo muitos urubus que esperavam a morte dos peixes para se alimentarem. Um fato que chamou a atenção dos dois foram os urubus que se concentrava no local, além de alguns peixes que encalhavam na praia quando a maré abaixava.

Foto 08 – “ Ponta Norte”, vista para a “Ponta Sul”. Praia de Garapuá: Cairu, Bahia, 2014.

Um fato curioso é que na praia existe uma casa, construída de forma improvisada, onde mora um casal. Eles observaram o tempo todo Faaeel e Graziela, deixando os dois bastante cismados. Ao fundo existe outra casa, grande e espaçosa, parecendo uma fazenda, toda cercada de troncos e arames farpados. O local estava fechado e Faaeel e Graziela observaram para ver se existia um riacho ou torneiras para poder acampar por ali.

Sem sucesso, os dois se banharam e observaram a bela praia de maré baixa. As águas calmas e cristalinas é o charme da praia de Garapuá. Diversas “piscinas naturais” se formam próximo aos grandes bancos de areia. As 16:30, Faaeel e Graziela seguiram em direção a vila para comprar os alimentos e observar se existe um lugar mais adequado para acampar.

Foto 09 – Maré baixa. Garapuá: Cairu, Bahia, 2014.

# - Base na pousada.

 Chegando no centro da vila, Faaeel e Graziela se direcionaram até um mercadinho para comprar alguns alimentos. Acima do mercado os mesmos observaram que havia uma simples pousada de nome Villa da Lagoa. Chegando no caixa, Faaeel perguntou a senhora se ela sabia quem era o dono da pousada acima para saber o preço da diária. Para a surpresa dos dois, a dona da pousada era a própria senhora que estava no caixa.

A senhora chamou Faaeel e Graziela em um lugar reservado para dialogar sobre as diárias, argumentando que a pousada estava cheia. Entretanto existia um quarto simples, de ventilador, com duas camas de solteiros e banheiro no lado de fora, que estava vago. Faaeel e Graziela foram olhar para ver se valeria apena. Na observação os dois perceberam que o local é bem agradável e limpo, observaram que banheiro é bem estruturado e só eles iam usar, sendo que está localizado no outro vão, fora do quarto. Interessados, os dois negociaram a diária com a senhora, fechando o valor de R$ 40,00 o casal (sem café da manhã). Após o acerto, Faaeel e Graziela foram até o camping para desarmar a barraca e trazer os objetos para a nova base.

Foto 10 – Pousada Villa da Lagoa. Garapuá: Cairu, Bahia, 2014.

No camping, Faaeel e Graziela argumentaram para a dona Vânia que conseguiram outro lugar para ficar, e que iria deixar o local. Sem questionamentos, a Senhora Vânia agradeceu aos dois e disse que eram para voltar após a reforma do camping. Se despedindo da dona do camping, Faaeel e Graziela seguiram até a pousada e se instalaram por lá. No inicio da noite os dois preparam o café na espiriteira e torrou alguns pães no próprio quarto. Para amenizar o cheiro, Faaeel e Graziela colocaram a velocidade do ventilador ao máximo. Abastecidos, a dupla foi até a praia a fim de observar o mar e resenhar. As 00:25, Faaeel e Graziela retornaram até a pousada com o propósito de descansar, para no dia seguinte observar as áreas próximas da base.

Foto 11 – Café preparado no quarto da Pousada Villa da Lagoa. Garapuá: Cairu, Bahia, 2014.


- Cairu, 15 de novembro de 2014. Sábado.


# - Praia de Garapuá (Ponta Norte x Ponta Sul).


As 07:00 da manhã, Faaeel e Graziela estavam preparando o café para em seguida iniciar a grande caminhada com o objetivo em conhecer as paisagens em torno da base de hospedagem. No improviso, os dois prepararam o café no quarto, com as portas fechadas para que ninguém observar-se que estava usando duas espiriteiras na pousada. Após o preparo do café da manhã, Faaeel e Graziela separaram os alimentos, as panelas e espiriteiras para levar na mochila de ataque e seguiram em direção a Praia de Garapuá.

A observação teve o seu inicio na “ponta norte” da praia, onde os dois caminharam, a esquerda da vila, em direção norte. No local observaram a paisagem e o fenômeno da maré baixa.

Em passos lentos, Faaeel e Graziela seguiram caminhando pela areia da praia em direção a “ponta sul”, que está a quase 3 km da “ponta norte”. A dupla foi informada que na praia de Garapuá existem pontos que formam imensas “piscinas naturais”, ao lado dos corais. Entretanto precisa de um barco para chegar o local onde ocorre o fenômeno.

Passando pelas poucas barracas que existem na praia, Faaeel e Graziela conversaram com o morador chamado “Milho”, que é garçom de uma das barracas. O rapaz argumentou que existe um barco que leva até as piscinas naturais e que o preço é negociável com o condutor. Interessados, Faaeel e Graziela falaram com Milho qual o horário que poderia encontrar o condutor do barco na Praia de Garapuá, ouvindo do rapaz que o melhor horário é das 12:00. Sendo assim, Faaeel e Graziela foram caminhar até a “ponta sul”, já, que era cedo e dava para observar esse ponto.

Foto 12 – Graziela.Praia de Garapuá: Cairu, Bahia, 2014.

Com 1 km percorrido, quase na metade do trecho em direção da “ponta sul” , Faaeel e Graziela decidiram parar e fazer o almoço junto de uma amendoeira que está na praia, por conta do horário. Nesse momento já era 10:35 e as 12:00 os dois deveriam está próximo as barracas para negociar com o condutor a fim em observar as piscinas naturais. Debaixo da arvore, Graziela preparou o almoço (Macarrão, Feijão de caixa, seleta de legumes). Em seguida os dois voltaram até a barraca, chegando no horário combinado, as 12:00.

Foto 13 – Preparando o almoço. Praia de Garapuá: Cairu, Bahia, 2014.

Na barraca, Faaeel e Graziela encontraram com Milho que já veio informando que o condutor compareceu mais cedo no local e que era para os dois voltar as 14:00 que encontraria ele. Desconfiados, a dupla decidiu ficar no local, observando o mar, até as 14:00. Quando deu o horário, Faaeel e Graziela perceberam que o rapaz não tinha chegado e foram novamente até a barraca para perguntar a Milho. Para a surpresa dos dois, Milho argumentou que o rapaz passou lá e já tinha seguido até o local das piscinas naturais, por volta das 12:00. Graziela, indignada, percebeu que era conversa de Milho, que fez ela e Faaeel perder um grande tempo com a esperança de negociar com um condutor para observar as piscinas naturais de Garapuá. Impacientes, os dois encerraram a conversa com Milho, o agradeceu e seguiram em direção a “ponta sul” da praia a fim de aproveitar o fim da tarde.

Foto 14 – Graziela. “Ponta sul”. Praia de Garapuá: Cairu, Bahia, 2014.
Com duas horas e meia de caminhada, Faaeel e Graziela caminharam, os quase 3 km, até a “ponta sul”. No local os dois perceberam que existe uma trilha ao lado do mangue que leva em direção a outra praia. Por conta do horário, Faaeel e Graziela decidiram não atacar naquele momento, observando o inicio da trilha e deduzindo que o caminho pode ser bem batido.

A maré estava enchendo, chegando as árvores que estão encravadas próximo ao mangue. Muitos pássaros pretos com os olhos azuis possuem ninho nessas árvores, atraindo os olhares de Faaeel e Graziela. Essas aves foram identificadas por eles pelo nome de Guaxé, com o nome científico Cacicus haemorrhous.

Foto 15 – Cacicus haemorrhous, Guaxé. Garapuá: Cairu, Bahia, 2014.

O interessante dessa ave são os seus ninhos, que parecem com uma “bolsa presa”, pendurada sobre os galhos, em grandes quantidades. Em apenas uma árvore foram observados mais de 20 ninhos e dezenas de aves que se camuflavam no seu ninho quando viam a dupla. Entretanto foram registrados pelas maquinas de Faaeel e Graziela.

Foto 16 – Faaeel. Garapuá: Cairu, Bahia, 2014.
As 17:15, Faaeel e Graziela repousaram na praia e ficaram observando o pôr do sol. A luz solar refletia na água do mar, gerando um visual magnífico de tanta beleza. O único fator que incomodavam era os mosquitos, que a todo o tempo atacava os dois, foi uma grande resistência dos mesmos a fim de aguardar o pôr do sol daquele local. As 17:54, visto da parte sul da Praia de Garapuá, o sol se despediu de Faaeel e Graziela, “sumindo” ao fundo da grande e extensa “cortina de coqueiros”. As 18:01, os dois iniciaram a caminhada de volta até a pousada.


Foto 17 – “Ponta Sul”. Garapuá: Cairu, Bahia, 2014.












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Inicio esse blog com uma adaptação de um prefácio do livro Homens e Caranguejos, escrito pelo autor Josué de Castro (1908-1973), na perspectiva em mostrar ao leitor o que os relatos podem contribuir (ou não) em seu planejamento, em sua viagem, ou até mesmo na construção de um capitulo da sua vida.

" Nas terras [...] do Nordeste brasileiro, onde nasci, é hábito servir-se um pedacinho de carne seca com um prato bem cheio de farofa. O suficiente de carne - quase um nada- para dar gosto e cheiro a toda uma montanha de farofa feita de farinha de mandioca, escaldada com sal. Foi talvez, por força, deste velho hábito da região do Nordeste Brasileiro, que resolvi servir ao leitor deste blog, muita farofa com pouca carne. Sentido que a história que vou contar (através dos relatos), uma história magra e seca, com pouca "carne de emoção". Resolvi desenvolver os textos bem explicativo que engordasse um pouco desse blog e pudesse, talvez, enganar a fome do leitor - a sua insaciável fome de aventura e emoção - em busca de objetivos e ações na constituição de um "novo", uma mudança em suas práticas cotidianas, na concepção em viver os momentos e aproveitar o sentido da vida" (CASTRO, 1967).

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